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Campo de Búzios: a engenharia por trás do maior ativo de petróleo do Brasil

  • A.E.A.O.R
  • 2 de out.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de out.



Localizado na Bacia de Santos, o Campo de Búzios é considerado a “joia da coroa” do pré-sal brasileiro. Descoberto em 2010, tornou-se um dos maiores ativos de petróleo em águas profundas do mundo. Em março de 2025, sua produção diária de 800 mil barris de petróleo já superava a produção total da Colômbia — e as projeções indicam que esse número deve dobrar até 2030.



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O segredo está na geologia e na tecnologia


O diferencial de Búzios está em seus reservatórios de carbonatos microbiais, formações rochosas altamente porosas que permitem um fluxo excepcional de petróleo. Essa característica geológica garante uma produtividade por poço entre as mais altas do mundo: já houve registros de poços individuais com picos de até 70 mil barris por dia.


Mas geologia por si só não explica o sucesso. A engenharia desempenha papel central ao viabilizar a exploração em lâminas d’água de 2 mil metros e sob outra camada de sal de igual espessura. Para isso, a Petrobras estruturou uma verdadeira cidade em alto-mar, composta por FPSOs (Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência). Até 2025, seis unidades já estavam em operação, incluindo o FPSO Almirante Tamandaré, a maior do país, com capacidade para 225 mil barris/dia.



Inovação para eficiência e sustentabilidade

Entre as tecnologias aplicadas, destaca-se o HISEP®, sistema pioneiro da Petrobras que separa e reinjeta CO₂ ainda no fundo do mar. A inovação aumenta a eficiência da produção e reduz a pegada de carbono, reforçando o compromisso do setor com práticas mais sustentáveis.



Impacto econômico e estratégico

Búzios não é apenas um marco tecnológico: é também um motor econômico. O campo tem um custo de extração (breakeven) abaixo de 28 dólares por barril, o que o posiciona como um dos projetos mais rentáveis do mundo.


Essa competitividade garante não apenas dividendos à Petrobras, mas também uma significativa arrecadação em impostos e royalties para estados e municípios. Em 2023, somente a estatal pagou R$ 240 bilhões em tributos e participações governamentais, com grande parte desse valor vindo do pré-sal.


Além disso, a operação movimenta a indústria naval e de fornecedores nacionais, gerando empregos e estimulando inovação.



O futuro de Búzios

A meta é ultrapassar a marca de 2 milhões de barris/dia até 2030, consolidando o campo como o maior produtor em águas profundas do planeta. O desafio está em manter o ritmo de implantação de novas unidades de produção, gerenciar os custos e, principalmente, equilibrar o debate sobre a utilização dessa riqueza para financiar a transição energética.



O Campo de Búzios é mais que um ativo de petróleo: é um símbolo do potencial da engenharia brasileira. Ele mostra como tecnologia, inovação e estratégia podem transformar desafios monumentais em resultados concretos para o país, tanto no aspecto econômico quanto no avanço tecnológico.

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