O que falta para tornar as cidades verdadeiramente inteligentes?
- A.E.A.O.R
- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Nas últimas décadas, a urbanização tem avançado a passos largos. Estimativas da ONU indicam que, até 2050, cerca de 70% da população mundial estará vivendo em centros urbanos. Diante desse cenário, surge uma pergunta urgente: o que falta para que nossas cidades sejam, de fato, inteligentes?

No Brasil, esse desafio é ainda mais evidente. Das mais de 5 mil cidades do país — sendo 645 no estado de São Paulo — apenas uma é oficialmente considerada uma “cidade inteligente” pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): São José dos Campos. Isso revela a necessidade de transformar nossos espaços urbanos em ambientes mais sustentáveis, inclusivos e conectados às reais necessidades da sociedade.
Muito além da tecnologia
Tornar uma cidade inteligente não é apenas instalar sensores ou usar aplicativos. É sobre planejar melhor, pensar nas pessoas, integrar tecnologias com propósito e promover soluções baseadas em dados e inovação.
Para isso, entram em cena dois pilares fundamentais: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e as práticas ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). Juntos, esses conceitos reforçam a importância de uma gestão urbana que pense o presente e antecipe o futuro.
A força da “inovabilidade”
Dentro desse movimento, um conceito ganha destaque: a inovabilidade — a junção entre inovação e sustentabilidade. E quem tem essa habilidade são os profissionais do futuro, como estudantes e recém-formados das Engenharias, Agronomia e Geociências.
Segundo especialistas, esses profissionais são fundamentais para uma mudança de comportamento que vai além da técnica: trata-se de compreender o território, ouvir a sociedade e buscar soluções que impactem positivamente a vida das pessoas.
“Se antes o cenário era de competição, hoje temos a criação do valor coletivo”, afirma Henrique Costa, especialista da Microsoft Brasil.
Cidades pensadas por quem vive nelas
Tecnologia, por si só, não resolve problemas urbanos. É o fator humano que transforma inovação em impacto real. Para o engenheiro civil Renato Cecchettini, a tecnologia permite grandes avanços, mas é o pensamento crítico e o entendimento das condições reais que geram as melhores soluções.
No setor público, há oportunidades gigantes para jovens criativos que pensem de forma colaborativa e integrada. Equipes multidisciplinares e preparadas conseguem criar políticas públicas mais eficientes e orientadas por dados.
Como o Crea-SP contribui para esse cenário?
O Crea-SP acredita na importância de aproximar estudantes, recém-formados e profissionais da área tecnológica das transformações que as cidades precisam. A proposta é prepará-los para assumir esse protagonismo, incentivando o desenvolvimento de competências técnicas, sociais e ambientais que serão cada vez mais exigidas no mundo real.
A cidade do futuro começa com profissionais que escolhem pensar diferente hoje.








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